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"Tenho medo, pois não sei para onde vou", lamentava-se Pocinha.
"Acalme-se, amiga", respondeu uma velha mas ainda robusta poça dágua, que
fazia as vezes de monge não há nenhum lugar para ir, nem tampouco existe
alguém para ir a lugar algum".
"Então estou perdida", murmurou Pocinha.
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"Não, irmã. Veja dessa forma: todas nós temos pequenos calhauzinhos
coloridos e lindas pétalas de flores, mas também um bocado de lama e de folhas
mortas. E tudo isso é fruto do tempo e da experiência, e tem o mesmo direito de
existir. Querer ficar somente com a parte limpa e boa, erradicando os
detritos, cria aquele que quer continuar, e impede-nos de
ver a realidade tal como é eternas mutações , surgindo daí o medo".
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