As estações
As estações do ano sempre foram
importantes para os povos antigos, em função da agricultura (semeadura e
colheita), que se ligava às épocas de chuva e de seca. Elas eram também
fundamentais para que as coletividades preparassem os seus recursos, visando às
épocas de frio ou de calor, de paz ou de guerra, sendo que as guerras foram
sempre mais frequentes do que a paz.
Na antiguidade remota, todos os povos
tiveram calendários lunares, isto é, baseados no movimento da lua ao redor da
terra. Daí a importância que, até hoje, se atribui à lua, no que se refere a
plantações, colheitas, cortes de árvores, partos e, mesmo, perigos dos
eclipses, embora, comprovadamente, só se saiba da influência da lua sobre as
marés e... sobre os namoros.
A lua dá uma volta em torno da terra em
pouco mais de 27 dias, mas, como nesse período, nosso planeta também se
desloca, a "lunação" completa resulta em 29 dias e 2 horas.
Porém, os anos lunares dos antigos, em
geral não correspondiam, com exatidão, aos ciclo das 4 estações.
Mas como podiam eles estabelecer as
estações com certa precisão?
Pela medida do tempo: o primeiro dia da
primavera e o primeiro dia do outono correspondem, precisamente,
a uma noite de duração idêntica ao dia.
Esses dois dias do ano são chamados "equinócios".
O primeiro dia do verão corresponde ao
dia mais longo, e, portanto, à noite mais curta, enquanto que o início do
inverno é exatamente o contrário.
Esses dois dias do ano são chamados "solstícios".
Portanto, o ano tem o equinócio da
primavera, o equinócio do outono, o solstício do verão e o solstício do
inverno.
Quando, no nosso hemisfério sul, há o
equinócio da primavera ou o solstício de verão, no hemisfério norte ocorre o
oposto. Esses
dias iniciais das estações variam ligeiramente de ano para ano, mas estão
sempre entre os dias 21 e 23.
Uma vez que os anos lunares não
correspondem às 4 estações, o avanço do conhecimento exigiu que os calendários
tivessem de ser, aos poucos, aperfeiçoados, para coincidir com o ano solar.
2. O calendário Juliano
Entre os romanos o primeiro calendário
é atribuído ao seu primeiro rei lendário, Rômulo, que teria reinado de 753 a
715 a.C. Ele considerou o ano como tendo 300 dias e os dividiu em 10 meses de
30 dias.
Seu sucessor, o rei lendário Numa
Pompílio, que teria reinado entre 714 e 671 a.C., procurou compatibilizar o
calendário com o ano solar. Ele teria acrescentado dois meses de 30 dias no
início do ano: janeiro e fevereiro.
Assim, os meses avançaram duas
unidades. Por isso é que temos: Setembro, cujo
nome lembra sete, como mês nono. Outubro, que se
refere a oito, como mês décimo. Novembro (nove)
como mês onze. Dezembro (dez) como mês doze.
Esse calendário de 360 dias permaneceu
até 46 a.C., em Roma. Nesse ano, o cônsul Júlio césar chamou o astrônomo
egípcio Sosígenes, de Alexandria, e mandou-o aperfeiçoar o calendário.
Sosígenes criou o ano de 365 dias, atribuindo a cada mês o número de dias que
conhecemos hoje.
Estabeleceu o bissexto a cada quatro
anos, com o dia 29 de fevereiro. Esse calendário foi chamado juliano.
O mês julho tem seu nome em
homenagem a Júlio César.
Mais tarde, o oitavo mês foi chamado
agosto, em homenagem a Otávio Augusto (63 a.C. - 14 d.C.), general de César e
primeiro imperador romano.
3. O calendário Gregoriano
O calendário de César e Sosígenes
estava muito próximo do ano solar. Mas ainda tinha erro: o ano do calendário
era um pouquinho mais longo que o ano solar, o ano verdadeiro. Dava um atraso
de 7 dias a cada 900 anos.
Quando se chegou ao ano de 1582, o
atraso já estava em dez dias.
Nesse ano, o equinócio da Primavera (início da primavera) foi observado dez
dias antes do que vinha registrado no calendário.
Havia que reduzir o ano do calendário,
para coincidir com o ano-solar.
Então, o papa Gregório
XIII, por recomendação dos seus astrônomos, estabeleceu que:
a) O dia 05 de outubro de 1582 passasse
a 15 de outubro. Saltando-se 10 dias, o erro ficava corrigido.
b) Doravante, os anos seculares não
mais seriam bissextos, exceto um a cada 400 anos.
Como saber, por exemplo que um ano
qualquer é bissexto? Basta que os seus 2 últimos algarismos sejam divisíveis
por 4.
Exemplos: 1904, 1912, 1940, 1996 (mas
não 1937, porque 37 não é divisível por 4).
Como saber quando um ano secular é
bissexto? Somente quando os 2 primeiros algarismos são divisíveis por 4.
Exemplos: 1600, 2000, 2400, 2800 (mas não 1800, porque 18 não é divisível por
4).
Assim é, pois, o calendário gregoriano,
sob o qual vivemos. Ele ainda traz um erro mínimo de um dia a cada 4000 anos.
Esse calendário não foi aceito em todo
o mundo, mesmo no Ocidente. A Grécia e a Rússia (ortodoxas) e a Turquia
(muçulmana) continuaram com o calendário juliano, até o início deste século.
Na sequência deste artigo, saiba como
são estabelecidas as datas religiosas móveis e a origem dos nomes dos dias da
semana, na língua portuguesa (segunda-feira, terça-feira, etc). .
(continua)
Voltar
|