Sei Lá, Mangueira
Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho
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Algumas músicas brasileiras verdadeiros são poemas de amor,
de amor ao Infinito manifesto em forma finita, pelo qual a alma tem paixão
— e no qual se aprisiona e realiza o drama de viver, existência após existência.
Em "Sei Lá, Mangueira", numa melodia maravilhosa e em poesia perfeita,
o poeta canta a beleza do morro da Mangueira...
Mas reparem, adiante ele diz:
"Não sei se toda beleza de que lhes falo
Sai tão somente do meu coração..."
Porque não é o lugar; é como o vemos:
em nós está o deleite.
E...
"Quando o deleite de ser busca realizar a si próprio como deleite do vir-a-ser,
entra no movimento de forças e toma diferentes formas de movimento,
do qual prazer e dor são correntes positivas e negativas."
(Sri Aurobindo)
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Assista no You Tube, com Caetano Veloso, Chico Buarque e Paulinho da Viola
Sei lá, Mangueira
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Vista assim do alto
Mais parece um céu no chão
Sei lá...
Em Mangueira a poesia feito um mar, se alastrou
E a beleza do lugar, pra se entender,
Tem que se achar
Que a vida não é só isso que se vê...
É um pouco mais — que os olhos
não conseguem perceber
E as mãos não ousam tocar
E os pés recusam pisar
Sei lá não sei...
Sei lá não sei...
Não sei se toda beleza de que lhes falo
Sai tão somente do meu coração...
Em Mangueira a Poesia
(num sobe e desce constante)
anda descalça ensinando
um modo novo da gente viver...
de sonhar, de pensar e sofrer...
Sei lá não sei, sei lá não sei não...
A Mangueira é tão grande
Que nem cabe explicação
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